segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
AMOR PERFEITO
"CÁLICE"
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
INTIMAÇÃO (Íntima Ação)
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Em meu ensimesmar
E volto a perceber que me enganei.
Que fui além do que devia.
Tudo do que outrora duvidei
explicita-se agora, de fato.
Tudo o que outrora não foi, agora seria.
É certo que não mais nos olhamos como antes.
É certo também, que não mais me vejo como antes me via.
Não me enxergo mais alheio, entregue, totalmente submisso.
Me noto com força invencível.
Sereno, porém ativo.
Sem me apetecer com o compromisso.
Compromisso esse de amar você.
E de fazer-te amar-me.
Não mais isso! Orá vá! Isso não mais!
O compromisso agora é fazer-me amar-me.
Sem medo algum das redundâncias e ladainhas.
Entrego-me, de bom grado, a mim.
Sem medo nenhum de que você me alcance
em meu "ensimesmar".
Que não me ouçam os elfos
O vento seria pouco.
Seria pouco o vento eu dar-te.
Tão magnânimo se faz seu respirar!
As nuvens seriam pouco.
Seriam pouco a dar-te.
Quão singela se mostra a opacidade de seu olhar!
As flores seriam pouco.
Não lhe daria apenas elas.
Seria um insulto a seus lindos cabelos.
Tão perfumados e sedosos o são!
As águas seriam pouco.
Tão pouco, ao se comparar
com a vivacidade transposta em seus gestos.
Espero que, então, te contentes com menos.
Pois se o vento, as nuvens, as flores e as águas nada são,
ao compararem-se a ti, o que sobra a mim?
Sobra apenas minha completa entrega.
Que o vento e as flores me perdoem.
E também as águas, e também as nuvens.
E também os elfos.
Prefiro me entregar a ti.
Tão perfeita se mostra sua natureza esplêndida!
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Liberto-me a ti novamente
Sem você... ...um pouco a cada dia
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
REMAKE
terça-feira, 20 de outubro de 2009
...
Em meio a devaneios, me recordo
que todo nosso deslumbramento
foi mais curto que pensei.
Parece-me que somos de mundos distintos.
A reciprocidade findou-se
e a verdade finalmente veio à tona:
NÃO FOMOS FEITOS UM PARA O OUTRO.
Nosso conto de fada virou conto de bruxa.
Sininho não mais contornou seus ciúmes
e torceu o pescoço de Wendy.
Cabe a mim, Peter Pan,
não enlouquecer em minha infinitude.
Já basta!
Nos enclausuremos cada qual em seu casulo
até que seja dada a hora
de nossa liberdade.
E que nossos caminhos não mais se cruzem.
Para o bem de nossas almas.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Falsa Modéstia
SALVE-ME
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Insight
Por que a tristeza custa a findar?
Momentos de alegria são tão curtos...
à pouco o presente passado fez virar.
E não há modo de não se deixar
aos poucos anestesiar.
Dormente sentimento.
Que a morte então cravou no meu bailar.
Bailar da pulsação,
que zera, por contento.
Só espero que, nas valsas do infinito, um grito ecoe.
Fazendo-me lembrar, clarificar lembrança.
E peço que minha pétrea lucidez sim, me perdoe.
Prefiro-me a sofrer. Não vou perder a dança.
O bailado fugaz de meu tormento.
Versos de amor vomitados
Adoro. Ha! Como adoro!
Sem medo de me perder
em meio a clichês e ladainhas.
Dane-se! O mundo é lindo
quando tenho você perto de mim.
E te rodopiar em meu balanço.
Jogar areia em seu cabelo.
Assoprar seus cílios.
Sentir seu cheiro acre de manhã.
E planejar nadar.
E planejar ter filhos.
Ha! Como eu adoro, de novo, tanto te amar!
E de novo, e de novo.
E ainda mais uma vez.
Mesmo com suas tentativas frustradas de cozinhar.
Arroz de forno com você tem outro gosto.
Qualquer um, outro, menos o de arroz.
É mesmo o amor.
E olha que nem pagaram o merchandising.
Adoro. Ha, como adoro!
Adoro poder repetir.
Mil vezes e ainda mil vezes
o quanto adoro te amar!
Beije-me então.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Poema de um ébrio
Nos basta uma esferoferográfica velha
e o bom e velho copo de vinho
pra que o mundo todo se traduza em alegria intensa.
Um gostoso encontro com amigos de muita longa data
e uma folha de papel, com pautas ou sem,
pra que um bebum apaixonado pela vida
faça-se entregar de bom grado ao mundo, em registro.
Mesmo que não o amem
com tanta intensidade quanto há
na força e na dedicação contidas nessas linhas,
a ele basta.
Lhe basta o privilégio de poder amar.
INCONDICIONALMENTE!
Mesmo no escuro.
Ao som de músicas que embalam
a curta vida de um ébrio,
ele se ispira.
Apenas por cogitar a possibilidade
de que seus versos toquem o coração de alguém.
Àqueles que vos ama, dirá:
-Vos amo!
Àqueles que não vos ama, dirá:
-Vos amo, também!
Pois mesmo o sentimento de ódio
está envolto pelo amor incontido,
ganancioso, representado pela inveja.
Agora, bem agora
que a névoa da embriaguez se dissipou,
junto à minha imaginação,
o reconheço.
Esse eterno poeta sou eu,
que me fiz envolto, obscuro, secreto,
justo por não querer me identificar
num mundo em que todos sentem medo de dizer
o quanto amam a vida.
16/07/2009, por José Henrique, não mais tão bêbado assim, numa noite de inverno.
Apenas lágrimas
O Sistema do Quadradismo Perfeito
Entre o riso e o descontrole.
Desenha-se minha fragilidade.
Fazendo-me temer o amanhã
desenhado por incompreensivos insanos.
Palavras aqui sinceramente eternizadas
para exterminar o medo
da eterna sensação de solidão.
Bestas imundas são aquelas
que não sabem lidar com a diferença.
Que choram e gemem por um câncer
e riem de um T.O.C.
Bestas.
Daquelas do inferno, mesmo.
Do doloroso e impiedoso inferno
do sistema do quadradismo perfeito.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Entregue
Num pensamento reticente de inquietude,
de incompletude, o revés do amor.
Numa noite sombria me deito.
Com navalhas cortantes de fúria
servindo de travesseiro.
E o desespero como cobertor.
E não há meio de não me prender.
De não me enclausurar por detrás dessas grades limitadoras
que norteiam minha existência com o fracasso.
O doce pensamento de fracasso,
que no meu íntimo deixa chagas destruidoras.
E o mais impressionante
é que, no meu masoquismo doentio,
permito-me sofrer.
Deixando-me levar
com uma apatia demente.
Parece que, de bom grado
Decido parar de lutar.
Mesmo sabendo que assim
alieno meu inconsciente.
O prólogo de um fim
Chega de promessas de amor!
Chega de deixar-me enganar por palavras doces
proferidas em momentos de ânimo patético!
Sabemos muito bem que nada é assim tão fácil!
E eu, de tão imbecil que fui,
imbecil não serei mais.
Cansei de entregar-me ao vazio.
De amar o "não-sentimento".
De esperar a alteridade que nunca existiu,
a não ser de parte minha.
Guardemos nossas lamúrias
em nossas caixas-de-Pandora,
que dessa vez, lhe asseguro,
não haverão de ser abertas, jamais!
Que nos entupamos de brigadeiro
e nos esqueçamos.
Por todo o restante do sempre
e até que alcancemos o nunca.
domingo, 9 de agosto de 2009
Ora, vá! Explodam-se todos!!
Como se quizesse eu vê-los sofrer.
Mal sabem eles que toda a ira,
em seu sofrimento insano de dor e gozo
se encontra, em sua plenitude, dentro de mim.
E não me bastam os pedidos de calma.
E não me alcança o comedimento.
E menos ainda, a compreensão.
insano mundo esse nosso,
que só enxerga o perfeito
numa imunda fôrma padrão.
Me deixe a minguar, no cosmos
o quão belo me parece o universo.
Tudo o que posso ver.
Tudo o que posso tocar.
Tudo o que posso cheirar.
Tudo o que posso lamber.
Tudo o que posso ouvir.
Tudo em overdose.
Tudo magnânimo!
Beleza desenhando-se em traços faciais.
Momentos jocosos, em que perco-me em patetices.
E tudo é tão lindo!
Tão, tão lindo!
Que deixo-me levar pela imensidão do cosmos.
E desse labirinto não me dê a saída.
Quero morrer perdido.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Doce, minha inconstância
descubro um mundo.
Um mundo de oportunidades,
que outora não enxerguei.
De repente, nessa minha insensatez
percebo o mundo.
Percebo-o de uma forma
antes tão incomum.
E amores se fazem tão mais presentes!
Desamores também, sim.
Mas logo logo se vão.
E com os erros eu aprendo muito,
mas muito mais.
E cresço de um jeito tão belo!
Pra muito além do clichê.
E nessa doce inconstância me construo.
Procurando fazê-lo bem.
Procurando fazer-me pleno.
Mesmo que sendo numa plenitude controversa,
percebo que, só assim
alcanço meu eu supremo.
Tributo
a todos aqueles que se dizem
amantes eternos da vida.
Mesmo concebendo-a em sua finitude.
Aplausos vigorosos dirijo
a todas as pessoas que se animam
e ganham o resto do dia
ao contemplar a doçura
de um olhar de criança.
E àqueles que insistem em continuar a bailar
mesmo quando a valsa já findou.
Como se quizessem fazer da vida
uma dança gostosa e infindável.
Admiradas sejam as formosas damas
que despertam nos rapazotes o anseio,
jogando ao vento sua castidade.
Eles precisam realmente disso!
E abençoados sejam todos
que no frio cortante da noite
despertam e aquecem corações
com serestas apaixonantes.
E que brindemos o amor!
E que brindemos, ao luar
E que gozemos da eterna vida!
E que gozemos da etérea vida!
Fazendo-nos crescer
na sutileza de nossa plenitude.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Amor primeiro
Vislumbrei, num relance, seu colo
e nada mais importava.
Seus olhos, entregues aos meus
fizeram-se reluzir.
Me estiquei no gradil e roubei uma rosa
que logo eu lhe ofertava.
Tenho a plena certeza
que desenho perfeito não há
quão perfeito quanto seu sorriso.
E em tudo o que quero pensar
você se intromete.
De minha mente não sái
sua forma de andar e seu jeito moleque.
Amor primeiro meu.
Meu único primeiro amor.
E pra sempre o ardor.
Só minha é você,
linda flor.
A ti, amor meu...
por aquela que pensei ser a última quimera.
Num ato louco eu quiz lhe entregar
amor tão bestial, que a outra não quisera.
E desde o primeiro vislumbrar
notei em seu olhar algo que me surpreendeu.
Parece-me que foi feito pra amar
mas ainda não nota que o meu lhe correspondeu.
Mesmo que, num surto de recato, tenha que lhe esperar,
assim o faço.
Vejo em ti uma doce timidez que já me pertenceu.
E por todos infortúnios e castigos que tiver que passar,
passo.
Basta-me que, no final, seu sorriso seja meu.
E que eu sempre possa lhe escrever recados.
E que eu sempre possa pedir-lhe a indicar-me livros.
E que eu sempre possa querer-te, infortunado.
E que eu sempre possa querer ter você comigo.
Até que o seu olhar perceba o meu.
E até que o seu olhar se entregue ao meu.
Sempre te espero.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
...
terça-feira, 5 de maio de 2009
SÚPLICA...
Não quero ter que olhar em seus olhos,
e então perceber que está tudo perdido.
Em dias de treva, procurava me refugiar
em sua luminosidade.
Então, será mesmo que o brilho se perdeu?
Mesmo envolto pelo pesadelo furioso da verdade,
tento acreditar que não.
Que toda a nossa tristeza não passa de um devaneio.
Que toda a nossa distância não passa de um prelúdio.
Um aviso ruidoso de aproximação da calmaria.
E do carinho.
De todo o nosso carinho,
que sei que converterá-se em amor.
Àquele amor que um dia juramos um ao outro.
Pense no tempo em que tudo era lindo.
No tempo em que éramos recheados de sonhos.
Tempos nos quais nos eram bastantes um lençol,
uma garrafa de vinho, e a lua.
O resto se desenhava em seu sorriso entrecortado,
em nossas promessas imaturas,
e em nosso beijo.
Ha! O nosso beijo!
Que momento divino!
Nossos lábios se encontravam em sua completude.
Nossos corpos se acariciavam num toque docemente rude.
E nossas almas eternizavam-se,
acalentadas pelo desejo.
Peçamos, então, perdão aos deuses
e nos agarremos a essa centelha,
pra reconstruir do nada
o nosso antigo e aguerrido ardor.
Ainda quero te amar.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Divagando...
Às vezes, me sinto meio assim.
Meio sem motivos.
Meio sem palavras.
Meio sem saber
o que há.
Mesmo que tudo o que entendo por real
se torne a mim, impalpável,
ainda assim
não conseguirei explicar
toda essa profusão de borboletas
se agitando em meu estômago.
Parece que tudo deixa de ser
pela proporção do normal.
Um beijo se torna um sonho.
Um olhar se desenha em crepúsculo.
E a vida toda se torna ganha
ao vislumbrar-se o doce traço de um sorriso.
Pelo que bem o sei
tudo isso parece tolice.
O que há de se fazer?
É um risco que corro.
Morrerei, então, um tolo.
Epitáfio
Em Ti Me Encontro
Acho seus olhos.
Procuro o toque do mais terno amor.
Sinto seus lábios.
Quero conforto em momentos difíceis.
Percebo sempre um sorriso em seu rosto.
Tenho desejos quase inconcebíveis.
Você procura atendê-los com gosto.
Gosto gostoso, gostar de você.
Gosto gostoso, sua mão em meu peito.
Gosto gostoso, gozar em viver.
Gosto gostoso, gozar em teu leito.
E desse leito alcançarmos o céu.
E desse céu não descermos jamais.
Nos deleitarmos do mais puro mel.
Nos entregarmos de novo aos ais.
Eternizando, no além do universo
cumplicidade, amizade, alegria.
Eternizando, no além desses versos
momentos doces, vital sincronia.
Busco no amor a razão de viver.
Olho em seus olhos.
Quero aquecer-me, fazer-me tremer.
Mordo seus lábios.
Se todos querem me amaldiçoar
acho conforto em seu lindo sorriso.
Em você, sempre me sinto sonhar.
És meu total paraíso.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
E amamo- NOS
Peguei em suas mãos como se isso fosse um crime.
Pesquei todos seus olhares.
Segui seus passos.
Velei seus sonhos.
Me entreguei completamente a todos os delírios.
Deixei-me ficar no chão.
Retorci-me me posições.
Fremitando de desejo.
Desejo que se recheava em amor.
Amor que se desenhava em momentos.
Cumplicidade, amizade , companheirismo,
tidos como traços de um crime vil.
Será proibido amar, como todos lá fora amam?
Será proibido gozar, como todos também gozam?
Sozinho, desejo, em flor, que o fruto se sustente.
E não se deixe cair, com o duro e cortante vento.
E aliso os seus cabelos tão macios e cheiorosos.
Brinco com seus lábios, sinto-lhe o hálito fresco e envolvente.
E de novo os ais .
E de novo o tremor.
E de novo o suor.
De novo tornamos a nos entregar
numa reciprocidade invejável
e sintonia precisa,
como nos grandes banquetes.
E assim,
depois de deliciados pelo néctar divino,
sentimo-nos energizados
para enfrentar todas as mazelas,
criar poemas e vencer guerras
contra os isentos de amor.
A Neo Poética
que nem sempre uma mesóclise é cabível.
Meneando formas, percebi.
O tal pretérito perfeito é horrível.
Busquei no mais-que-perfeito o porquê.
E o maior dos porquês foi a perfeição.
Mas me irritei intensamente ao saber
qual é o vocabulário da erudição.
Um poema erudito se desenha
recheado de grotescos palavrões.
Vocábulos estranhos, inimagináveis.
Nunca caberiam em refrões.
Quase me magoo em poesia.
Quase a poesia me magoa.
Recobro o orgulho e a alegria
ao saber o que um poema ecoa.
Ecoa emaranhados de lembranças.
Ecoa muito mais que verbos e pontuação.
Ecoa, na memória, idéias de criança.
Ecoa, num só lance, em alma e coração.
Por isso é que. aqui, me desapego da métrica.
Por isso é que, agora, me desvencilho da rima.
Por isso, num intuito, crio neologismos.
Ais-que-ais de uis-que-uis de narcisites.
Por isso é que amo a poesia.
Amor Patrístico
terça-feira, 14 de abril de 2009
Lusco-fusco
Memórias Manuscritas
Pra falar o quanto fui extremo ou submisso.
Mesmo que doa muito tem que ser assim.
Pra eu ter segurança em lidar comigo.
Escrevo em entrelinhas, não em linhas tortas.
Explico o quão repugnante outrora me senti.
Mesmo sabendo que nessas palavras mortas
não cabe um milionésimo do que vivi.
Do que vivi, e, porventura, ainda vivo.
Além do meu alcance se encontra o domínio.
Por trás dos labirintos dessa psiqué
guardo armas capazes de grande extermínio.
Extermínio de mazelas.
Extermínio de visão.
Extermínio da doçura
e do coração.
Extermínio da coragem.
Extermínio do querer.
Extermínio do recato
e do verbo poder.
Em um mundo, entre dois pólos
minha vida se divide.
Em um só lance de olhos,
ora choro e ora vibro.
Deixo então, em manuscrito
o que sinto e como faço
pra dominar, em conflito
o que me parece fado.
Pra poder olhar nos olhos
de alguém sem questionar
se exagero ou se reprimo.
Se sou capaz de sonhar.
E então saber se posso
sim ou não ficar feliz
por saber que por detrás de todo esse poço de insana vivacidade
se encontra um eterno aprendiz.
Centelha divina
terça-feira, 7 de abril de 2009
Proposta
Eterno aprendiz
Quem diria que um dia
eu saberia
qual a fórmula do amor?
Vivendo e me surpreendendo.
Nunca imaginava
o quão magnífico seria
presenciar o nascer de uma flor.
Vivendo e experimentando.
Não sabia que poderia amar tanto assim
tantas pessoas diferentes.
Vivendo e sempre crescendo.
De tanto me machucar e cair
aprendi a técnica de levantar-me sorrindo
e cicatrizando infelicidades.
E assim eu sigo
vivendo, aprendendo,
experimentando, crescendo
e amando.
Pois não basta apenas viver.
É necessário mostrar-se vivo.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
E sigo amando
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Felicita-me!
me irradie intensamente
faça-me morrer de rir
Rir inconscientemente.
Hilária imbecilidade
infantilize meu ser
faça-me um total pirralho
pirralho até não mais poder.
Pensamento pueril
livra-me de todo o mal
me invada com a pureza
pureza descomunal.
Alegria inconcebível
faça-se, então, conceber
concebe-te, então, a mim
que feliz quero morrer.
quarta-feira, 25 de março de 2009
Ato inconsequente
No mais íntimo do ser busco a essência.
Do que outrora fiz sinto repúdio.
Asco da minha pobre existência.
Procuro demonstrar, num prelúdio,
que no que sinto não há coerência.
E é justamente do que fujo.
Coisas das quais não há previdência.
Quando a fé parece esvaída,
pensamentos ruins me assolam.
Tentando contra a própria vida,
minh'alma pouco a pouco vai embora.
E o que me resta é apenas vergonha,
remorso e sensação de tolice.
Depois de inconsequência tamanha,
a covardia ainda me aflige.
No imenso labirinto da mente,
fagulha de razão ainda brilha.
Vejo que a razão deprimente
me fez mais solitário na ilha.
Percebo, então, que tive fraquezas
e busco a fé, antes esquecida.
E noto que a maior das proezas
é a força reluzente da vida.
Tristes lembranças
por favor não voltem mais.
Vazio
Rimas e Desavenças
ouro nem luxo.
Não me prometa
glória e honraria.
Não me prometa
a vida em resenha.
Não me prometa
descobrir a senha.
Não me apeteça
com balas e doces.
Não me ofereça
Ferrero Rocher.
Não me provoque
dizendo besteiras
ou se contradiga
bradando asneiras.
Faça uma prece.
Leia um poema.
Elabore um soneto.
Durma no gueto.
Vá pra Itália.
Vá pro inferno.
Apenas me deixe
e não mais se queixe.
Sinais
Outro triste fim
Amor Impossível
que, num dia perfeito de mar
o próprio se apaixonou.
Não por uma lagoa.
Nem mesmo por uma sereia.
Mas por uma mulher.
As pérolas mais brilhantes
e as ondas mais espumantes
o mar lhe oferecia.
Conchas pra bijuterias,
flores do mar, algas marinhas.
Oferendas do amor.
Entre elemento e forma.
Entre lugar e alma.
Impossibilidade de compatibilidade,
mas, simplesmente, amor.
Se um mar se apaixonasse por um riacho
menos mal seria
pois todo rio deságua nele.
Mas mesmo quando Fênix
(vamos assim chamá-la)
entra nas águas salgadas
do enamorado "seanhor"
não se mistura a ele.
É o que o deixa inconsolável.
Fica então a esperança
de que Fênix, ao renascer
volte pelas mãos do deus Eolos
e sopre no mar bravio
ventanias.
Maremotificando-se no mais puro ardor.
**poema embasado na musica "Ana e o Mar" de O teatro Mágico
sexta-feira, 20 de março de 2009
Possessão Furiosa
Que diabos será isso?
Segundo tribos antigas,
lá pras bandas do São Francisco
havia um espírito da selva
que possuía as pessoas,
transeuntes, passantes,
e os deixava enfurecidos.
"Abassaiados".
O que te abassaia?
Fome
Guerra
Dor
Injustiça
Incompreensão
me abassaiam.
Intolerância
Ignorância
Impaciência
Inconsequência
me enfurecem ao extremo.
Abassaiado eu fico
por ver inocentes morrerem
no holocausto.
Abassaiadamente triste
por ver criancinhas
pedintes nas marquises.
Abassaiado estou
por presenciar inconformado
bilhões sendo jogados pelos ralos
dos banheiros de deputados e políticos.
Avidamente inconsolável
por perceber que só agora
abriram os olhos ao aquecimento.
Abassaiado
e fim.
**poema embasado na canção Abassaiado, de O Teatro Mágico
Freedom
segunda-feira, 16 de março de 2009
A fatia desmedida
mais cansados ficamos.
Quanto mais vivemos
mais mortos estamos.
Quanto mais choramos
menos tristes ficamos.
Quanto mais comemos
mais famintos ficamos.
Quanto mais ganhamos
mais perdendo estamos.
Quanto mais nos achamos
mais perdidos nós somos.
A fatia desmedida
reação em cadeia
cresce como se uma aranha
tecesse uma teia.
Sabe tudo, vê-se em tudo
mas não sabe de nada.
Enxerga tudo, palpa tudo
mas não crê em mais nada.
Garimpando convivências
vivendo na Terra.
Disputando conhecimentos
como numa guerra.
Só podemos ser felizes
vivendo assim.
Positiva decadência.
Nunca terá fim.
Pavores
Comparando...
Como?
Pare e pense, se liga na escuta
segunda-feira, 9 de março de 2009
Palhaços num picadeiro
nem tampouco irônico,
nossa vida está uma verdadeira palhaçada, não está?
O chefe do picadeiro,
palhaço real, da estrelinha,
finge não perceber.
"Não sei de nada.
Não estou envolvido."
Se notarmos o lado artístico da palhaçada
não nos decepcionamos menos.
Vendo mágicos fazerem surgir dinheiro em suas cuecas.
E cascatas reais brotarem em suas malinhas.
No circo em que estamos
palhaços não trazem felicidade
e risadas, como nos verdadeiros espetáculos.
Palhaços são enganados.
Passados pra trás.
Deixados de lado.
E o pior não é isso.
O pior é que existem palhaços
tão palhaços,
que insistem em renovar toda a palhaçada
por mais quatro anos.
É, meu amigo. Não faça vista!
Coloque seu nariz vermelho
e seja bem vindo
ao Circo Brasil.