domingo, 18 de janeiro de 2009

Não sei dizer que te amo.

Não sei dizer que te amo.
Dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
Sei que já nos conhecemos a um certo tempo.
Mas dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
Sei também que seu all star lilás é o mais lindo do mundo.
Mas dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
Não me interessa que o seu beijo seja ardente.
O seu jeito, prepotente.
Dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
Sua panqueca de atum, hum! Magnífica!
Seus olhares depois da sesta, perdi de vista.
Mas ainda assim, dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
Naquela tarde de verão, ao ganhar meu primeiro não, me enterneci.
Olhar mais lindo não mais vi.
Mas dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
Quando fomos ao rock club não sei a louca que te deu.
Você gritou aos quatro cantos: "Meu coração é todo seu!"
Mas ainda assim, dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
Quando me apresentou a seus pais, me lembro bem.
"Ele se parece com quem?" "Com Chuck Norris!"
Mas ainda assim, dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
Ao parque de diversões fomos diversas vezes, não mais contei.
Algodãozinho na boca, eu sei, me seti um rei.
Mas ainda assim, dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
E a serenata que me fez, putz! Inesquecível!
Last Kiss, forgive me, e pra completar kiss me.
Mas ainda assim, dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
Dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.
Dizer "Eu me amo.", pra mim, não é pedir demais.
E assim eu sigo egoísta e loucamente apaixonado.
Porque não dizer desvairado, dedicado e apimentado?
Porque não fazes o mesmo?
Não diga "Eu te amo.", diga "Eu me amo."
Assim você se ama, eu me amo, nós nos amamos.
Entendeu o trocadilho?
Encerrando assim essa longa ladainha.
Que pipa incomensurável! Oito mil metros de linha!
Mas ainda assim, dizer que te amo, pra mim, é pedir demais.

Nem sei.

Não sei porque vim aqui.
Não sei mesmo nem porque nasci.
Não sei que horas vou sair
ou se devo desatar a rir.
Rios chover, pedras cair.
Não sei mesmo o que há por vir.
Se um cometa vai surgir
ou um cachorro me perseguir.
A que horas o trem vai partir,
se as borboletas vão me iludir
ou se dragões vão me engolir.
Não sei de nada, sem mentir.
Será mesmo que o sol vai sumir?
E as estrelas não mais reluzir?
Ai meu Deus, como eu cresci!
Só nesse tempo que fiquei aqui.
A repetir, a insistir.
Explicação lógica há de existir.
Mas e se não terminar em i?
Vai acabar com a minha rima.

Morte

Morte.
Acontecimento besta!
Nascemos, crescemos, e depois morremos.
Pra quê?
Pra deixar de ser?
Não mais saber o que fazer?

Morte.
Acontecimento besta!
Será que existe algo além?
Ou será que tudo acaba?
Será que lá o rio deságua?

Morte.
Acontecimento besta!
Porque chamar de melhor idade a terceira idade
se é a que está mais próxima do fim?
Melhor seria a dos zigotos, dos embriões, a dos pré-seres.
Pois mesmo sem sexo definido
sabem que têm muito mais tempo que nós.
Apesar de ser pouco.

Morte.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Pesadelos

Acordei de um sonho nebuloso.
Eu vivi papel de lobo e cordeiro.
De repente tudo se expandiu.
E então eu vi que a dupla identidade
não passava de saudade do teu cheiro.
E o meu corpo inteiro refletiu.
Deixei de respirar.
Até sonhar não posso mais.
Só pesadelos minha mente pode captar.
E neles você surge numa nuvem de poeira
com escaravelhos negros pelo chão
te impedindo de me alcançar.

Enquanto noutra nuvem três diabos
descobriram uma forma de te possuir
e te trancafiar em um castelo escuro
onde a luz do sol não chega mais
e a pureza do amor
não faz efeito algum
não pode te salvar.
E a única maneira de te libertar
e me sacrificar deixando de te amar.
Somente dessa forma livraria sua alma dessa pena.
Todo o encanto cessaria
e então a vida tornaria a lhe despertar.

Mas esse sentimento egoísta em meu coração
impede que essa profecia se torne real.
É impossível extiguir o amor do peito
e desse jeito a morte toma pela mão
aquela que já pôde amar
esse sujeito envolto em ódio
e memórias apagadas
dessa vida ultrapassada.
Esse cara estranho que sou.
Somente amando e te matando
a existência faz sentido
e me livro de uma vez do mundo de ilusões.

São sonhos negros
que corrompem minha mente
com uma força desproporcional
me fazendo suar.
São pesadelos.
Sua alma inalcançável
entre grades e muralhas
meu amor só faz sangrar.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Medo do escuro

Você vai ter que descobrir
como é que eu vim para aqui
nesse buraco tão sombrio e tão cheio de rancor.

Não há mais nada o que fazer.
Não há motivos pra viver.
Desesperadamente subo, temendo me esborrachar.
As paredes só me empurram e o ódio se entranha.

Por que é que esse sentimento inútil vem aqui?
Por que é que, ás vezes, páro e não consigo mais sorrir?
Sempre tento encontrar algo que me tire desse vão.
Mas sempre vem, sempre mais dorte, a escuridão.

Pessoas andam ao meu redor
me encaminhando pro pior.
Parecem possuídas por alguma força incomum.

Não ouço mais meu coração.
Na mente passa um turbilhão
de idéias pôtridas e insanas
querendo me dominar.
Meu receio é não conseguir mais me salvar.

Por que é que esse sentimento inútil vem aqui?
Por que é que, às vezes, páro e não consigo mais sorrir?
Quero muito encontrar algo que me tire desse vão.
Pra eu poder sair sem medo da escuridão.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

The Blue Sky

Idéias desnorteantes.
Pulso forte.
Pensamentos adiante.
Além-norte.
Fórmulas descabidas.
Pouca sorte.
Oráculo sem medida.
Grande porte.

Irrisórios comentários.
Déjà vu.
Sem tamanho e sem formato.
Nuca vi.
No universo insensato.
Bem aqui.
Céu, infinito jato.
De iludir.