segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Em meu ensimesmar




Parece-me que recobro a lucidez.
E volto a perceber que me enganei.
Que fui além do que devia.

Tudo do que outrora duvidei
explicita-se agora, de fato.
Tudo o que outrora não foi, agora seria.

É certo que não mais nos olhamos como antes.
É certo também, que não mais me vejo como antes me via.

Não me enxergo mais alheio, entregue, totalmente submisso.
Me noto com força invencível.
Sereno, porém ativo.
Sem me apetecer com o compromisso.

Compromisso esse de amar você.
E de fazer-te amar-me.
Não mais isso! Orá vá! Isso não mais!

O compromisso agora é fazer-me amar-me.
Sem medo algum das redundâncias e ladainhas.

Entrego-me, de bom grado, a mim.
Sem medo nenhum de que você me alcance
em meu "ensimesmar".

Que não me ouçam os elfos



O vento seria pouco.
Seria pouco o vento eu dar-te.
Tão magnânimo se faz seu respirar!

As nuvens seriam pouco.
Seriam pouco a dar-te.
Quão singela se mostra a opacidade de seu olhar!

As flores seriam pouco.
Não lhe daria apenas elas.
Seria um insulto a seus lindos cabelos.
Tão perfumados e sedosos o são!

As águas seriam pouco.
Tão pouco, ao se comparar
com a vivacidade transposta em seus gestos.

Espero que, então, te contentes com menos.
Pois se o vento, as nuvens, as flores e as águas nada são,
ao compararem-se a ti, o que sobra a mim?

Sobra apenas minha completa entrega.
Que o vento e as flores me perdoem.
E também as águas, e também as nuvens.
E também os elfos.
Prefiro me entregar a ti.
Tão perfeita se mostra sua natureza esplêndida!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Liberto-me a ti novamente


De cada um de seus trejeitos

me lembro com animosidade doentia.

Mesmo de seus loucos defeitos

sinto falta tamanha!

Dos de outrem, não sentiria.


Recordo que, nunca alguém assim fez-me suspirar.

Nunca alguém assim fez-me apaixonar.

Nunca alguém assim fez-me tão seguro.


Parece-me que tudo ao meu redor faz-se inexistir.

Tudo o que não seja você se faz sumir.

Todo o resto do mundo.


Apenas você e eu, de novo

é tudo o que quero.

E o quero com intensidade e desejo bestiais.

Quero de novo os palavrões

e de novo os ais.

Quero, de novo, as algemas e todas as vendas.

Quero de novo, você.

Toda e completamente.


Quero poder menear entre o céu e o abismo.

Gozar de seus riso e espontaneísmo.

Gozar de seu ser e

gozar de ser seu.


E um dia lembrar-me do quanto fui feliz.

Enfim, liberto-me a ti, novamente.

Sem você... ...um pouco a cada dia





Porque é que,


por todos os deuses,


não consigo te esquecer?


Porque é que sempre tenho que te enxergar em outra pessoa?




E todos me dizem que não.


Todos me dizem: "Já basta!"


Inclusive você.


Mas eu teimo em responder ao mundo:


EXPLODAM-SE!




Não é que eu esteja parado no tempo.


A questão é que


você fez-se ficar, em meu tempo.


E de tudo, em mim, toma conta.




Sei que seu "não" teima em deixar entrever seus ciúmes velados.


Sei que seu "nunca mais" nunca mais fazer-se-á completo.


Me basta poder perceber


que, a mim, seu sorriso continua igual.




Você não sorri aos outros como sorri a mim.


Você não quer se deixar entregar,


mas também não quer que eu me entregue a outrem.




Como entender?




Talvez nossa história ainda queira voltar.


Qual é o orgulhoso que, enfim, vai ceder?


Não posso saber.




Espero somente que a resposta logo venha.


Pois sem você, morro uma vez mais,


um pouco mais a cada dia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

REMAKE


Sempre insisto em pensar no nunca mais

mas ele nunca acontece.

Por mais que eu queira e deseje a novidade

o passado sempre me apetece e enlouquece.


Não mais queria voltar a pensar em ti.

Lembrar de tua boca doce com tal ar de nostalgia.

Mesmo das brigas, onde me enfureci,

sinto uma saudade imensa!

Até entre tapas eu ria.


Ria por ansiar a reconciliação.

Ria por saber que depois dos tapas viriam os beijos.

Me perdoem a grotesca pieguice,

mas era bem assim que se tinha nosso refrão.


Refrão da musica que foi e será de novo nossa vida.

Me parece hoje que o repertório se quer repetir.

Quero muito insistir em de novo errar,

cair de cabeça nessa maluquice,

na qual meu desejo se concretiza.


Quero de novo os ais.

Quero de novo, e mais.

Quero poder te afagar

e de novo poder brigar.


Pra me convencer enfim,

do quão acertado será esse erro.