quarta-feira, 23 de junho de 2010

Doce quietude



A eminência de uma perda sempre se dá de maneira sutil.

A leve sensação de desagrado.

O torpor da lágrima.

A proximidade do não ter mais.


Leve-me de uma vez o que lhe cabe,

e extermine com meu sofrimento

a doce quietude, ó morte!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Mau final



Essa noite dormi um sono sem sonhos.

Me deixei levar pelo torpor da melancolia,

causado pela ausência do teu abraço.

Pela ausência do teu perfume

e dos seus modos pueris.

Tento, mas não convenço-me

de que tens mesmo que ir embora.


E nessa profusão animalesca de saudade e incompletude

sinto-me anestesiar.

Queria mesmo que se fosse de uma vez.

Sem essa de nos darmos como amigos.


Me ajude a me livrar desse torpor

e dilascere de vez minha alma.

Tire-me dessa dormância

e me deixe a fenecer, sem seu amor.


E prive-me da esperança.


Meu doce Veneno.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Espero até que você me ame





Seu olhar ainda me estonteia.
Depois de tanto tempo, mesmo
o meu coração refreia.
Ao perceber que sua lembrança
ainda é viva e bela em mim.
Mesmo com as negativas,
não me convenci do fim.

E os dias proibidos
de beijos em parques frios
me vêm em pensamento,
com seus modos arredios.
Parece até que as trocas
de carícias, no banheiro
aconteceram-nos ontem
e se repetem o tempo inteiro

em meu devanear.

Permita-me lembrar de ti
e sentir casta saudade.
Permita-me gostar de ti
com tal besta intensidade.
Me deixe suspirar por ti
sem medo algum de sofrer.
Me deixe a esperar por ti.
Eu espero o amanhecer.
Sem querer.

Bem-querer.

Meu Viver.

Espero, até que você me ame.