quinta-feira, 31 de março de 2011

Sobra tanta Falta



Sinto falta de um amor.

Sinto falta de um amor que me provoque vertigens.
Sinto falta de um amor que me faça agir como besta.

Que me faça perder o prumo
e me esquecer dos dissabores.
Que me faça perder o rumo
e me entregar, sem mais pudores.

Sinto falta de um amor.

Sinto falta de um amor que me impulsione até a lua.
Sinto falta de um amor que me deixe a engolir poeira.

Que me faça arder em febre
e me ponha a rir sem motivos.
Que me faça correr feito lebre
e até mesmo comer caramujos vivos.

Sinto falta do seu amor.
Sim! Seu amor!
Louco e descompassado.
Delírio fremitante de um coração aluado.
Desejo rítmico e exasperado.

Todo seu.

Sinto falta do seu amor por mim.

Solitude



A solidão parece tão doce!
Dar um tempo pra si.
Fomentar desejos egoístas.
Se perder no ócio do não ter par.

Mas sabe de uma coisa?
Às vezes, de tanto doce, chego a me empanzinar.

Blargh!

Quero agora o azedume.

O Príncipe



O príncipe, nos meus sonhos de plebeu, encontra-se escondido.
Perdido, na verdade.
Em meio à profusão de figuras animalescas,
que atormentam o meu estranho jeito de ser.

Quero alguém solícito.
Que não se importe em conceber e realizar
todos os meus anseios egoístas.

Que me aqueça no frio do inverno,
me abrace nas madrugadas tempestuosas
e nos dias intempestivos, de humores sem gracejo.

Que sacuda minha vida nos momentos sem graça.
E brinde-me com o recato, quando os exageros se exacerbarem.

E que perdoe-me pelos pleonasmos e pelas ironias grotescas.

Meu príncipe tem que ser, praticamente, um letrista.
Que saiba, principalmente, decifrar
o código quase que insondável do meu sentimento.

Alguém se habilita?

(risos)

Todo Carnaval Tem Seu Fim


Serpenteando firulas.
Apreciando trejeitos.
Regozijando sabores.
Toques, espasmos, suspiros.
Foi bem assim que se desenhou meu carnaval.

Que Pierrot e Colombina se preparem pro ano que vem.