quarta-feira, 25 de março de 2009

Sinais



Criaturas apavorantes voavam ao redor de mim

numa profusão animalesca de susto e taquicardia.

Como se nunca mais houvesse o raiar do dia.

Como se nunca mais houvessem flores no jardim.


Levantei-me apavorado, não percebendo onde estava.

Parceia que, do nada, via-me num labirinto.

"É praticamente impossível descrever o que sinto.

É realmente impossível definir aonde vou."


Andei cerca de mil metros e só então percebi

que no céu obscuro lampejava uma estrela.

Miúda, raquítica, quase impossível vêla.

Mas então, abriu-se o chão e eu caí.


Na queda, ininterruptamente olhei àcima.

E o astro de brilho próprio parecia querer me alcançar.

Como num passe de mágica, pus-me então, a voar.

De um modo veloz e fortuito, não cabe aqui nem mais rima.


Acordei na mesma hora, percebi que sonhava.

Num ritmo descomunal batia meu coração.

Agora sim, sentia-me quase são.

Agora sim, sabia bem onde estava.


Encaixei logo os fatos, de onde vem, pra onde vão.

Um medo intenso da morte sentia em minha espinha.

E como num acesso de fúria, quando um rei mata uma rainha,

peguei da morte emprestada a foice e me livrei da depressão.

2 comentários:

  1. Que pessoa fantástica! Onde você achou essa foto que fitou perfeito com o poema?!

    Ah, por esse seu texto eu digo que você tem capacidade de escrever um livro narrativo em primeira pessoa. Você já pensou nisso?

    ResponderExcluir
  2. Nossa. Não. Será q eu tenho criatividade pra tanto...?? Pensarei. Mas ainda tô bem mais humilde quanto ao q acho d minha escrita...

    ResponderExcluir

pessoas criticaram o poeteiro