Criaturas apavorantes voavam ao redor de mim
numa profusão animalesca de susto e taquicardia.
Como se nunca mais houvesse o raiar do dia.
Como se nunca mais houvessem flores no jardim.
Levantei-me apavorado, não percebendo onde estava.
Parceia que, do nada, via-me num labirinto.
"É praticamente impossível descrever o que sinto.
É realmente impossível definir aonde vou."
Andei cerca de mil metros e só então percebi
que no céu obscuro lampejava uma estrela.
Miúda, raquítica, quase impossível vêla.
Mas então, abriu-se o chão e eu caí.
Na queda, ininterruptamente olhei àcima.
E o astro de brilho próprio parecia querer me alcançar.
Como num passe de mágica, pus-me então, a voar.
De um modo veloz e fortuito, não cabe aqui nem mais rima.
Acordei na mesma hora, percebi que sonhava.
Num ritmo descomunal batia meu coração.
Agora sim, sentia-me quase são.
Agora sim, sabia bem onde estava.
Encaixei logo os fatos, de onde vem, pra onde vão.
Um medo intenso da morte sentia em minha espinha.
E como num acesso de fúria, quando um rei mata uma rainha,
peguei da morte emprestada a foice e me livrei da depressão.
Que pessoa fantástica! Onde você achou essa foto que fitou perfeito com o poema?!
ResponderExcluirAh, por esse seu texto eu digo que você tem capacidade de escrever um livro narrativo em primeira pessoa. Você já pensou nisso?
Nossa. Não. Será q eu tenho criatividade pra tanto...?? Pensarei. Mas ainda tô bem mais humilde quanto ao q acho d minha escrita...
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