sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"Tears on my face"




Depois que o peso da lágrima sái de meus olhos
percebo que tudo se desanuvia.
Consigo enxergar as coisas com mais calma,
quando o dique de dor e raiva se rompe, em meu peito.
E me inunda de um alívio pacificador.

Vejo que me fez bem ter chorado.
Mesmo que meus olhos tenham inchado tanto
a ponto de fazer parecer que eu fora espancado
por um pugilista.

Percebem? Até melhora o meu humor.
Ao menos um não-revés.

Sei que o sentimento de culpa que se transfigurou nessa dor é indevido.
Porém, não consigo deixar de sentir seu peso.

Pessoas tem opiniões diferentes.
Corações diferentes.
Noções diferentes - e talvez errôneas- de certo e errado.

Mas talvez não consigamos condená-las por isso.
Mesmo que nos magoem.
Mesmo que nos entristeçam.
Mesmo que, eles sim, nos condenem
e atirem nosso amor próprio aos cães.

Eu simplesmente não consigo me livrar de meu alter-ego.


4 comentários:

  1. Palmas, Palmas sempre palmas... ótimo Texto Zé., e não sei se conhece, mais me fez pensar na música da Pitty "Água Contida", que é um belo exemplificar do 'deixar sair'. vale conferir. ^^

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  2. Menino! Mas vc me desmascarou!! Amo a Pitty, essa música então.... lindaa!!
    De certa forma, me inspirou...

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  3. Isso.

    Deixa sair, então. E aí, publica o que sair.

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