quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Desertar




E quando você vem pra mim,
com sua face escarlate.
Não consigo enxergar outra cor
que não a cor-de-rosas.
As lembranças turvadas do ardor
voltam, em disparate.
E relembro teu jeito de amar,
tuas armas tão vis e ardilosas.

Perco-me, quando me olhas assim.
Com esse misto de desejo e sofreguidão.
E eu não quero nada mais, então, do que
deixar-me hipnotizar, resoluto.

E depois, a ordem avassaladora em que
tudo se desenrola.
A ânsia do toque.
O torpor da lascívia .
Os espasmos convulsivos da total entrega.

Nesse momento, revivemos uma nesga da felicidade de outrora.
De tempos nos quais gozávamos, sem compromisso e sem culpa.
Eu desisto! Hoje sei que isso passou de apenas paixão.

E é quando você sai de mim,
com sua face escarlate.
Só consigo pensar na saudade,
até que você volte.
E o que sinto, tão forte, em meu ser,
causa em mim disparate.
Pega então minha mão e me leva.
E que nunca mais solte.

4 comentários:

  1. Muito logal e rebuscado.
    E a imagem fitou perfeitamente com o poema.

    Além disso, adorei a complexidade desse poema.

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  2. Então...
    gostei desse tb...
    quis começar e terminar com estrofes quase id~enticas... Como o destrancar e o trancar de uma fechadura...

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  3. Lindo Lindo.. mil vezes lindo'., é um sentido de amar, de estar, de querer, tão presente e tão gigante !
    Belissimo'

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  4. Sim sim...
    me leram muito bem rsrs. Foi mesmo isso que quiz passar.

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