segunda-feira, 9 de abril de 2012

O desnortear das horas...




Amanhã,
depois que o vento soprar,
tudo terá mudado.

Já haverei de ter sentido, em plena emoção.
Já haverei de ter sentido, em pele e coração.
Já haverei de ter, finalmente, conhecido você.

Amanhã,
depois que o vento soprar,
meus olhos terão brilhado.

E os seus, causado em mim vermelhidão.
Loucura, encanto, ardor, tenaz paixão.
E então, já não terei nem mais o que querer.

Nada mais.
A não ser querer contemplar tua forma.
Nada mais.
A não ser querer desvendar tua alma.
Nada mais.
A não ser querer. Desejo egoísta.

Nada mais.
A não ser querer entoar teu canto.
Nada mais.
A não ser querer ver pintar teu quadro.
Nada mais.
A não ser você, meu, pra sempre, artista.

E é quando me eternizarei naquele garoto esperto,
que adora saber dizer palavras bonitas,
apenas por poder lhe fazer sorrir.

(imagem de Daniel Noronha)

4 comentários:

  1. Muito interessante.
    Bastante parecido com aqueles poemas de grandes poetas. Poderia estar um um livro de português, inclusive.
    Um poema sobre antecipação. E muita sutileza.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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