segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A palavra*



Já não quero dicionários
consultados em vão.
Quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar.

Que resumiria o mundo
e o substituiria.
Mais do que o sol,
dentro da qual vivêssemos
todos em comunhão,
mudos,
saboreando-a.

*Poema de Drummond

2 comentários:

  1. Bem, PJ...
    Acho que Drummond quiz dizer que...
    a palavra poderia ser qualquer uma...

    "BUNDA"

    "TELÉGRAFO"

    "XINFORÍNFOLA"

    O vocábulo, não é o mais importante. Desde que signifique algo, além do denotativo, do que Aurélio Buarque de Holanda nos explicita em seu linguajar, digamos, engessado.

    Drummond glorifica a palavra viva, a palavra que rebola e dá novo sentido a versos antes milimetricamente medidos segundo à uma certa ordem sistemática.

    Acho msm que Drmmond ficaria feliz com um poema onde as palavras todas funcionassem como catalizadoras de sentidos. Como se um poema pudesse ser lambido, cheirado, degustado... ...ou alguma coisa do gênero.

    Desculpe Drummond, onde quer que esteja, se exagerei nos superlativos.

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