sexta-feira, 17 de abril de 2009
Divagando...
Às vezes, me sinto meio assim.
Meio sem motivos.
Meio sem palavras.
Meio sem saber
o que há.
Mesmo que tudo o que entendo por real
se torne a mim, impalpável,
ainda assim
não conseguirei explicar
toda essa profusão de borboletas
se agitando em meu estômago.
Parece que tudo deixa de ser
pela proporção do normal.
Um beijo se torna um sonho.
Um olhar se desenha em crepúsculo.
E a vida toda se torna ganha
ao vislumbrar-se o doce traço de um sorriso.
Pelo que bem o sei
tudo isso parece tolice.
O que há de se fazer?
É um risco que corro.
Morrerei, então, um tolo.
Epitáfio
Em Ti Me Encontro
Acho seus olhos.
Procuro o toque do mais terno amor.
Sinto seus lábios.
Quero conforto em momentos difíceis.
Percebo sempre um sorriso em seu rosto.
Tenho desejos quase inconcebíveis.
Você procura atendê-los com gosto.
Gosto gostoso, gostar de você.
Gosto gostoso, sua mão em meu peito.
Gosto gostoso, gozar em viver.
Gosto gostoso, gozar em teu leito.
E desse leito alcançarmos o céu.
E desse céu não descermos jamais.
Nos deleitarmos do mais puro mel.
Nos entregarmos de novo aos ais.
Eternizando, no além do universo
cumplicidade, amizade, alegria.
Eternizando, no além desses versos
momentos doces, vital sincronia.
Busco no amor a razão de viver.
Olho em seus olhos.
Quero aquecer-me, fazer-me tremer.
Mordo seus lábios.
Se todos querem me amaldiçoar
acho conforto em seu lindo sorriso.
Em você, sempre me sinto sonhar.
És meu total paraíso.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
E amamo- NOS
Peguei em suas mãos como se isso fosse um crime.
Pesquei todos seus olhares.
Segui seus passos.
Velei seus sonhos.
Me entreguei completamente a todos os delírios.
Deixei-me ficar no chão.
Retorci-me me posições.
Fremitando de desejo.
Desejo que se recheava em amor.
Amor que se desenhava em momentos.
Cumplicidade, amizade , companheirismo,
tidos como traços de um crime vil.
Será proibido amar, como todos lá fora amam?
Será proibido gozar, como todos também gozam?
Sozinho, desejo, em flor, que o fruto se sustente.
E não se deixe cair, com o duro e cortante vento.
E aliso os seus cabelos tão macios e cheiorosos.
Brinco com seus lábios, sinto-lhe o hálito fresco e envolvente.
E de novo os ais .
E de novo o tremor.
E de novo o suor.
De novo tornamos a nos entregar
numa reciprocidade invejável
e sintonia precisa,
como nos grandes banquetes.
E assim,
depois de deliciados pelo néctar divino,
sentimo-nos energizados
para enfrentar todas as mazelas,
criar poemas e vencer guerras
contra os isentos de amor.
A Neo Poética
que nem sempre uma mesóclise é cabível.
Meneando formas, percebi.
O tal pretérito perfeito é horrível.
Busquei no mais-que-perfeito o porquê.
E o maior dos porquês foi a perfeição.
Mas me irritei intensamente ao saber
qual é o vocabulário da erudição.
Um poema erudito se desenha
recheado de grotescos palavrões.
Vocábulos estranhos, inimagináveis.
Nunca caberiam em refrões.
Quase me magoo em poesia.
Quase a poesia me magoa.
Recobro o orgulho e a alegria
ao saber o que um poema ecoa.
Ecoa emaranhados de lembranças.
Ecoa muito mais que verbos e pontuação.
Ecoa, na memória, idéias de criança.
Ecoa, num só lance, em alma e coração.
Por isso é que. aqui, me desapego da métrica.
Por isso é que, agora, me desvencilho da rima.
Por isso, num intuito, crio neologismos.
Ais-que-ais de uis-que-uis de narcisites.
Por isso é que amo a poesia.
Amor Patrístico
terça-feira, 14 de abril de 2009
Lusco-fusco
Memórias Manuscritas
Pra falar o quanto fui extremo ou submisso.
Mesmo que doa muito tem que ser assim.
Pra eu ter segurança em lidar comigo.
Escrevo em entrelinhas, não em linhas tortas.
Explico o quão repugnante outrora me senti.
Mesmo sabendo que nessas palavras mortas
não cabe um milionésimo do que vivi.
Do que vivi, e, porventura, ainda vivo.
Além do meu alcance se encontra o domínio.
Por trás dos labirintos dessa psiqué
guardo armas capazes de grande extermínio.
Extermínio de mazelas.
Extermínio de visão.
Extermínio da doçura
e do coração.
Extermínio da coragem.
Extermínio do querer.
Extermínio do recato
e do verbo poder.
Em um mundo, entre dois pólos
minha vida se divide.
Em um só lance de olhos,
ora choro e ora vibro.
Deixo então, em manuscrito
o que sinto e como faço
pra dominar, em conflito
o que me parece fado.
Pra poder olhar nos olhos
de alguém sem questionar
se exagero ou se reprimo.
Se sou capaz de sonhar.
E então saber se posso
sim ou não ficar feliz
por saber que por detrás de todo esse poço de insana vivacidade
se encontra um eterno aprendiz.
Centelha divina
terça-feira, 7 de abril de 2009
Proposta
Eterno aprendiz
Quem diria que um dia
eu saberia
qual a fórmula do amor?
Vivendo e me surpreendendo.
Nunca imaginava
o quão magnífico seria
presenciar o nascer de uma flor.
Vivendo e experimentando.
Não sabia que poderia amar tanto assim
tantas pessoas diferentes.
Vivendo e sempre crescendo.
De tanto me machucar e cair
aprendi a técnica de levantar-me sorrindo
e cicatrizando infelicidades.
E assim eu sigo
vivendo, aprendendo,
experimentando, crescendo
e amando.
Pois não basta apenas viver.
É necessário mostrar-se vivo.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
E sigo amando
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Felicita-me!
me irradie intensamente
faça-me morrer de rir
Rir inconscientemente.
Hilária imbecilidade
infantilize meu ser
faça-me um total pirralho
pirralho até não mais poder.
Pensamento pueril
livra-me de todo o mal
me invada com a pureza
pureza descomunal.
Alegria inconcebível
faça-se, então, conceber
concebe-te, então, a mim
que feliz quero morrer.