quarta-feira, 3 de julho de 2013

RASGADO



Meu amor se casou com outro homem.
Levei um baque quando soube.
E o borboletear, se fez, de novo, instalar, em meu estômago.

Mas dessa vez, foi diferente.
Dessa vez, foi cruel.
Dessa vez, as pequenas aladas não vieram coloridas.
Não eram de cócegas, nem de jujubas doces.
Não eram de sol, nem de melhor porvir.

Borboletas negras.
De úlcera e de refluxo.
De enjôo e turvar de olhos.
De dor e tortuoso fim.

A notícia me veio de súbito.
"Ele tá casado. Se toca. Esquece."
Foi seco.
Foi oco.
Doeu, feito um soco.

Feito o desvirginar de um ânus noviço.
E esse ânus era meu.
E também o ônus.

Não houve o lubrificar.
Doeu, doeu demais.
Berrei, chorei, sangrei até não mais poder.
Mas no fim, me veio um prazer ínfimo.

O prazer de saber que, agora
ou a página vira, ou a página vira.

Até que eu me permita amar de novo.
No ápice de um novo orgasmo.

4 comentários:

  1. Nossa, que poema doloroso! Quase difícil de ler.
    E com rima, muito bacana isso.

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    1. Era pra parecer mesmo doloroso. Como uma primeira vez, o descabaçar. Rs. A sua foi?

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  2. nem me marcou ne seu viado kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk te adorooo
    Ro

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  3. Hehehe.
    Podexa. Nas próximas te marco.

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