segunda-feira, 22 de julho de 2013

Más Sortes



Uma brotoeja me surgiu na pele.
Xinguei a Deus por me fazer tão reles.
Uma pomba branca fez cocô em mim.
Por que, meu Deus, que tem que ser assim?

O limite do cartão foi estourado.
E me criticam por eu ser veado.
Eu perdi o par da minha havaiana.
Acabei de comprar, essa semana.

O meu namorado quer casar comigo.
Nunca me imaginei como marido.
Sexo selvagem não dá mais notícia.
Tô quase dando pra qualquer "polícia".

Até o meu dildo me deixou na mão.
A uma semana não funciona não.
O revés me toma, feito uma noviça.
Atordoado, morro de preguiça.

Injusto.
Esse mundo anda muito injusto.
Outro dia, quase morro de susto.
O cachorro da vizinha
escapou da coleirinha,
abocanhou minha canelinha
e me esfolou todinha.

Injusto.
Esse mundo anda tão injusto!
Enlouquecerei com pouco custo.
Não me olha mais assim.
Esse mundo não é pra mim.
Já perdi até meu rim.
Paciência tá no fim.

Sorte, por favor, me visita só uma vez, sua linda!

2 comentários:

  1. Preciso ser honesto, não gostei dessa coisa de deixar a rima pra trás no fim da poesia, depois de tê-la usado durante todo o decorrer. Mas isso é só questão de opinião. É uma subjetividade minha.

    Agora o que importa. Muito legal o poema, diferente, com uma temática inusitada, e que poderia ser grosseira. Poderia, não fosse sua capacidade de demonstrar sagacidade e sutileza. E, acima de tudo, exposição, apropriação do tema e intensidade.

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  2. Tá me chamando de aparecida e indiscreta é beeshaa?? Dou da sua cara, traveca! kkk. Isso de terminar com uma frase que não rima é mais por preguiça de continuar e não conseguir mais parar. Mas admito que por vezes, fica ruim isso.

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