segunda-feira, 22 de julho de 2013
Más Sortes
Uma brotoeja me surgiu na pele.
Xinguei a Deus por me fazer tão reles.
Uma pomba branca fez cocô em mim.
Por que, meu Deus, que tem que ser assim?
O limite do cartão foi estourado.
E me criticam por eu ser veado.
Eu perdi o par da minha havaiana.
Acabei de comprar, essa semana.
O meu namorado quer casar comigo.
Nunca me imaginei como marido.
Sexo selvagem não dá mais notícia.
Tô quase dando pra qualquer "polícia".
Até o meu dildo me deixou na mão.
A uma semana não funciona não.
O revés me toma, feito uma noviça.
Atordoado, morro de preguiça.
Injusto.
Esse mundo anda muito injusto.
Outro dia, quase morro de susto.
O cachorro da vizinha
escapou da coleirinha,
abocanhou minha canelinha
e me esfolou todinha.
Injusto.
Esse mundo anda tão injusto!
Enlouquecerei com pouco custo.
Não me olha mais assim.
Esse mundo não é pra mim.
Já perdi até meu rim.
Paciência tá no fim.
Sorte, por favor, me visita só uma vez, sua linda!
quinta-feira, 18 de julho de 2013
Escrevendo Poesia
Escrevendo poesia e cantando.
E olhando nos olhos do moço que, há pouco, deixou-me enamorado.
Escrevendo poesia e bailando.
Marisa Monte faceira, me encanta, entoando seu fraseado.
Escrevendo poesia e sorrindo.
Há tempos não me lembrava do gosto agridoce do apaixonado.
Escrevendo poesia e me abrindo.
Feito pétala de flor.
E já degustei do sabor, do gosto, do rosto mistificado.
Que já não se faz mais mito.
És meu dito namorado.
És meu, desmistificado.
Escrevendo poesia pra você.
E o moço do poço foi-se, afogado.
Escrevendo poesia por querer.
Quando encheu o balde, foi despencado.
Escrevendo poesia por prazer.
Fiquei, ao olhar-te, entropeçado.
Escrevendo poesia pra viver.
E empurrei o moço, morreu, coitado.
Acho que já não há o que ser dito.
Vou voltar a escrever poesia.
terça-feira, 16 de julho de 2013
Adoro
Permitindo que o amor retorne.
Deixando que o corpo sinta aquele gostoso formigamento.
Permitindo que o amor retorne.
E ao olhar no espelho noto, que estive morto todo esse tempo.
Permitindo que o amor retorne.
Em seu casto sorriso enxergo. Posso ter motivos pra sorrir junto.
Permitindo que o amor retorne.
Ao seu lado tenho percebido. Qualquer coisa vira um feliz assunto.
E como adoro poder estar com você.
E como adoro poder conhecer melhor.
E como adoro poder namorar você.
E como adoro poder respirar melhor.
E como adoro poder afagar você.
E como adoro poder te beijar melhor.
E como adoro poder devorar você.
E como adoro poder te fazer melhor.
E que possamos continuar a nos permitir.
Te quero pra sempre aqui.
Pra sempre comigo,
namorado.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Peixinho Dourado
O peixe me olha.
Eu olho o peixe.
O peixe me manda um beijo.
Eu faço trejeitos de retardado, pra tentar imitá-lo.
O peixe parece tão sozinho, na vastidão de seu aquário!
Eu me sinto tão sozinho, no vazio de minha vida!
Uma bombinha de ar empresta inquietude ao marasmo da vida do peixe.
Eu, nem isso tenho.
Queria um sopro de vida.
Um vento de ação.
Uma ventania de regozijo.
Como invejo a vida desse peixinho dourado!
Amor de Natureza
Observando as gaivotas, que circundam as nuvens, no ar
Recordo do zigue-zague. Das idas e vindas de nosso namoro.
Enquanto elas não avistam uma árvore firme, para pousar
Permanecem alheias, no céu, perdidas, sem rumo, pertinho do choro.
Assim fomos nós.
Nosso sentimento se fez pousar num galho seco.
Pouco firme.
Pouco forte.
O sol já havia ressecado suas folhas.
Descascado o seu caule.
Secado com sua seiva.
A seiva do amor.
Nosso amor, pouco a pouco, foi ficando podre.
Foi virando húmus.
Mas um húmus infértil.
Um húmus que não aduba.
Um húmus que não recicla.
Que não traz vida de volta, não fabrica flor.
Alguém aí conhece um bom agrônomo, pra cuidar de coração?
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Pra você
Algo que meneia o prazer e o castigo.
Algo que permeia o carinho e a dor do açoite.
Algo que tem algo de mistério.
Algo que tem algo de surpresa.
Algo que tem algo de júbilo.
Olho pra você e me recordo.
Da cócega e do tapa.
Do cubo-mágico e da faca.
Do ouro reluzente e da lata.
Me recordo que nem tudo é perfeito.
Que nem tudo é pra sempre.
Mas, não por isso, precisa ser ser ruim.
Eu amo você.
Mesmo com toda a inconstância de nosso relacionamento.
E que continuemos errando.
Que sintamos estralar na face o tapa.
Pra que venham depois os beijos.
Todos os milhões de beijos que lhe devoto.
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Convite
Fiz esse poema pra você.
Pra que te lembre que és digno de inspirar alguém
A escrever coisas boas.
Te gosto muito.
És meu amigo.
Mas sabes que nunca descartei a possibilidade de beijar
você.
De tocar você.
Fazer com que gozemos juntos, sem maiores compromissos.
Se isso faria bem ou não?
Não o sei bem.
Mas sei que o quero.
Todavia, esse querer ainda não é tão grande, a ponto de ter
de arriscar perder sua tão valiosa amizade.
Seria apenas sexo.
E sexo dos bons.
Vem?
quarta-feira, 3 de julho de 2013
RASGADO
Meu amor se casou com outro homem.
Levei um baque quando soube.
E o borboletear, se fez, de novo, instalar, em meu estômago.
Mas dessa vez, foi diferente.
Dessa vez, foi cruel.
Dessa vez, as pequenas aladas não vieram coloridas.
Não eram de cócegas, nem de jujubas doces.
Não eram de sol, nem de melhor porvir.
Borboletas negras.
De úlcera e de refluxo.
De enjôo e turvar de olhos.
De dor e tortuoso fim.
A notícia me veio de súbito.
"Ele tá casado. Se toca. Esquece."
Foi seco.
Foi oco.
Doeu, feito um soco.
Feito o desvirginar de um ânus noviço.
E esse ânus era meu.
E também o ônus.
Não houve o lubrificar.
Doeu, doeu demais.
Berrei, chorei, sangrei até não mais poder.
Mas no fim, me veio um prazer ínfimo.
O prazer de saber que, agora
ou a página vira, ou a página vira.
Até que eu me permita amar de novo.
No ápice de um novo orgasmo.
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