quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Eu vou sim mais reclamar



Sabe...
Já me cansei de me sentir piegas.
Já me cansei de me deixar a esmo.
Já me cansei de obedecer as regras.
Às vezes, canso-me de ser eu mesmo.

Não quero mais morrer toda semana.
E ler os livros que me indica a "Veja".
Não quero mais morrer toda semana,
ao responder a todos "que assim seja".

Não quero mais me arrepender dos vícios.
Não quero mais não me entregar aos beijos.
Não quero mesmo me abster dos vícios.
Quero mais devorar tudo o que vejo.

Já me cansei de escrever refrões.
E de dançar ao ritmo da música.
Quero me aproveitar dos beberrões.
Assédio consentido/coisa lúdica.

Sentir prazer gozando masoquismos.
Fazer sofrer, gozando instinto sádico.
E gargalhar da vida, em dadaísmos.
O riso é frouxo e o desfecho é mágico.

Não mais me aborrecer com seus limites.
Mandá-lo loga à "ponte que o partiu".
E não me refrear com seus palpites.
Feito você, encontrarei bem mil.

Vou rasgar meu álbum de figurinhas.
Com nossas fotos, flores adornando.
Nessa felicidade, que é só minha.
Não cabe mais você negativando.

Já me cansei de me fazer alter.
Já me cansei de meu comedimento.
Minha humildade já não mais requer
ser demonstrada a quem não dá fomento.

Agora sou aquela pérola.
Sabes? Bem aquela que se cansou
de ser atirada a uns certos chafurdadores...

4 comentários:

  1. Por falar em pérolas lançadas aos porcos, me senti exatamente como um desses porcos agora. Eu tenho certeza que essa poesia está acima do meu compreendimento. A erudição está te comandando. Daqui a pouco você vai estar falando coisas tão sublimes que ninguém vai entender!

    Nossa, olha essa métrica de novo! Repara que as frases tem quase o mesmo tamanho! Isso é incrível. E que absolutamente indiscutível uso das rimas. Nunca vou ser capaz de usar as rimas tão bem assim. Qual é o seu segredo?

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