domingo, 5 de agosto de 2012
Bilhete
Escrevo-lhe estes versos de amor.
Dessa vez num guardanapo.
Pois já me declarei tantas vezes,
e de maneiras mil.
Sei bem que, após passado o torpor,
do encanto fez-se fiapo.
Passados já todos esses meses,
eu despi-me do brio.
Não foi só a névoa da embriaguez que me deu coragem.
Não foi só Edit Piaf ao fundo, com Je Ne Regrette Rien.
Foi bem sóbrio que tive à luz de um sol tua casta imagem.
E encantei-me daquela vez primeira, e só quiz teu bem.
Quiz ser teu bem.
Ver fazer teu bem.
E ver-te bem desenhado,
em minha pintura.
Me fiz refém.
Amor-próprio aquém.
E no enlevo de teus olhos
me fiz moldura.
Entrega logo outro bilhete pro garçom
dizendo que volta pra mim?
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Uau! Apenas uau. Que mais posso dizer, quando não é necessário? Você deve saber que é um gênio e isso é uma obra-prima que com certeza será recitada no futuro e estará nos livros de português e redação, né? Demais!
ResponderExcluirhehehe... exageraaaaaaadoo...
ResponderExcluirMas obrigado pela presença fidelíssima de sempree...
profundo...
ResponderExcluirSim. Era pra denotar ter saído mesmo do âmago. Rs.
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