quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

OMFG!





Não era sonho.
O vislumbre de sua voz encantadora.
Seus cabelos loiros, encaracolados,
feito fio de macarrão.
E seus olhos ternamente doces,
entregues, de bom grado, a mim.

Despido de todo o receio - e de quase toda a roupa -
você caminhava, lentamente, até me alcançar.
Seu guia era meu olhar.
Seu norte, meu respirar.
E a malemolência de cada passo teu me fazia crer
que deus nunca fora tão generoso, na distribuição de músculos.

E seu peito ainda tinha que estar nu!

Tão próximo!
Tão certo!
Tão meu!

Não me lembro de quem deu o primeiro toque, mas
me recordo com exatidão do esgar de desejo,
escancarado em seus lábios saltados,
que me fizeram perder o prumo.

E depois disso os espasmos perduraram por uma eternidade maravilhosa

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O limite da cisão




Ás vezes sinto tanta vontade de chorar.
Ás vezes a dor dilascera meu peito de uma forma que queima.
Feito uma fornalha de cremação.
E eu não sinto vontade de ser forte, então.
Sinto vontade de desabar.
Me deixar ficar ali, inerte.
Confortavelmente anestesiado
pelo torpor lancinante, que é a tristeza.

E seria quando muitos me diriam:
"SEJA BRAVO!" "SEJA FORTE!" "AGUENTE!"
Mas aguentar, pra quê?
Aguentar, até quando?
Até quando me calar, resignadamente?

Sei que existem muitos, bravos e fortes, ao meu lado.
Essa luta não é apenas minha, estou ciente.
Mas o que fazer quando esse muito é insignificante,
comparado ao cão desprezível e detestável,
que é o preconceito?

Desistir?
Ás vezes é tão tentador...

E o que mais me irrita
é que o amor não vai embora.
Mesmo quando algumas pessoas
me desrespeitam, me entristecem.
Por que eu não consigo deixar de amá-las?

Acho que, se deus existe, ele é um sádico.
Por me deixar enfrentar esse conflito de amor e ódio,
à minha própria sorte.

Com a desculpa de que o sofrimento é edificante.

Pff!
Que me deixem morando então numa pau-a-pique,
ou mesmo na rua.

Mas levem embora essa droga toda.

Outra pausa


Espero até que tudo silencie.
Até que os ruídos da noite não mais me aborreçam,
turvando minha atenção.

Até que os últimos bêbados
arremessem suas long necks no asfalto.
E até que os últimos carros passem,
com sua música barulhenta,
trazendo com eles o alarido
dos alarmes das lojas, em disparada.

Espero pra poder te amar,
sem incômodo maior.

Se bem que, o que sinto grita em meu peito.
E chama a atenção de todos os deuses do Olimpo.
Em especial, da bela Afrodite.

Será que isso é normal?

Seu




Toque-me.
E todo o resto do mundo não brilha mais.
Beije-me.
E todo o restante do tudo já inexistiu.
Queira-me.
E todas as guerras do mundo viraram paz.
Ame-me.
E tudo é cor-de-rosa, o horror sumiu.

Alienarei-me.
E entrgarei-me ao torpor divino
que é o néctar embevecido pela
pela carne fresca de teus lábios tenros.

E me entregarei a ti, sem pressa.

Carícia



Quero que o vento te traga.
Quero olhar pra você
e perceber que não existe mais mágoa.

Quero teu jeito de selva.
E temperamento de vulcão ativo.
Quero teus socos gostosos.
Teu doce veneno não me é nocivo.

Quero assistir com você
"O Fabuloso Destino de Ameline Poilán"
Quero gozar com você.
Como se não existisse amanhã.

Quero beijar suas covinhas.
Achar o lugar onde sente mais cócegas.
Quero sentir sua carícia.
E o envolvente frisson de nossas bocas próximas.

Quero os invernos de bater queixo.
E uma coberta só.
Quero te amar, mesmo com desleixo.
Sem banho tomado, perfume ou dó.

Quero o seu gargalhar estridente.
Seu sorriso arredio.
Quero seu corpo macio e quente.
Quero poder me esquecer so brio.

E me perder em você.
Deliciosamente.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Fogo!




Precipita teu desejo e teu ardor.

Desesperadamente fugaz.
Enlouquecidamente mordaz.
Voluptuosamente incitante.

Regorjita teu gracejo e teu torpor.

Prepara tua boca e me traz.
Me faz pedir, querer sempre mais.
Me inunda com tua tez excitante.

E me mostra as delícias do querer.
Fazendo fremitar meu prazer.
Levando-me ao delírio num toque.

Enfureça minha vontade de viver.
Provoca-me a gozar, renascer.
Me arriscar, sem medo do choque.

Rasga minha roupa com os dentes.
Me põe na cama.
Chama-me por nomes indecentes.
Diz que me ama.
Esfrega esse seu queixo em minha nuca.
Use as amarras.
Controla essa minha vontade maluca.
Prender, sem garras.

Me faz sentir seu corpo rente ao meu.
Num baque surdo.
Prazer suplanta a dor, entre os limites
do absurdo.
E já não quero mais saber se é belo
ou se é profano.
Quero é arder no mais gostoso inferno,
que é ser mundano.

Me deixo incendiar-me de você, e me sinto pleno, então.