quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Merry Xmas, Family!



Não sou um rebelde sem causa.
Menos ainda um militante irreflexivo.
Pelo contrário.
Minha revolta é o mais puro reflexo de como
algumas pessoas me tratam.

Não quero ser tratado cheio de cerimônia.
Cheio de dedos.

É fato. Se você é homoafetivo, muitos te tratam
como se você estivesse envolto por uma redoma de vidro.
E qualquer palavra mal dita a faz se romper.
E estilhaçar-se em pedaços mil.

Ninguém é preconceituoso.
Desde que não se toque no assunto.
Você pode sim, ser gay.
Desde que não demonstre.

Ora, que se danem todos!
Agora compreendo porque a maioria dos gays se sente melhor reclusa,
em guetos, longe da família.

Algumas pessoas simplesmente não entendem.
Nem se esforçam para tanto.
E hoje, meu ego é maior do que a vontade de ensiná-las.

Minhas tentativas findaram.

Às vezes, é difícil pra um pai entender um filho homoafetivo,
na mesma medida em que, às vezes, é muito difícil pra um filho
crescer sabendo que seu maior ídolo o desprezaria, se soubesse
quem ele realmente é.

Por isso, o diálogo é fundamental.
Alguns de meus familiares não primaram por ele,
e acabaram me causando muita dor.

Por exemplo, uma adorável tia
teve a brilhante idéia de dizer à minha mãe que não me incentivasse,
não entendesse a minha homossexualidade, não conversasse comigo, a respeito
de namoro, de sexo, de sentimentos, como tentativa de coibir meu "comportamento doentio"

Fico grato por mamãe não ter lhe dado ouvidos.

Foi essa mesma tia, que, com o apoio de seu escudeiro fidelissímo filho mais velho,
bisbilhotou nas minhas coisas até descobrir o meu segredo abominável.
Não obstante, contou tudo pra minha mãe, sem que eu soubesse
e acabou por praticamente me obrigar a contar tudo pro meu pai.

Já ouviram falar das Irmãs Cajazeiras?

Uma outra beldade da família quiz tentar me repreender
por eu conversar sobre meninos com uma prima mais nova.
Como se falar sobre beijo na boca com uma adolescente
fizesse de mim um pedófilo, pervertido, corruptor de menores.
Ha é, eu me esqueci. É que eu sou gay, né?

Sem falar nas inúmeras vezes em que trataram com desprezo
e dirigiram olhares de asco a meus amigos afeminados.

E se dirigem a mim cheios de flores e sorrisos.
Mundo hipócrita.

Chego a me questionar o real significado de quando me disseram que graças a
deus minha avó faleceu sem saber do meu problema. Será que falavam mesmo da depressão?

E ainda querem que eu me desculpe por ter sido grosseiro, ao falar deles, no meu
blog, numa postagem anterior.
Que ironia do destino, não? Espero que me peçam desculpas a um ano, também.

Sinto muito se não chegar a tempo de cortar o peru,
mas minha vida não é um comercial de margarina.

Feliz Natal a todos.

2 comentários:

  1. Isso. Expele esses sentimentos negativos até acabarem. E simplesmente ignora.

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  2. Hehehe...
    Aiai. Era só um restinho de ranso que me obrigaram a regurgitar... sabe como é. rsrs

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