quarta-feira, 28 de março de 2012

Última canção




Enquanto me perco na melodia melancólica e contemporânea de
Adele,
lágrimas rolam convulsivamente por sob meus olhos.
E é quando me lembro dos seus.

Atônitos.
Permissivos.
Desejosos de mim.

Até que ouço alguém gritando ter colocado fogo na chuva.
E então nada mais volta a ser como naquela recordação.

Você pode não se lembrar,
mas fomos felizes.
Da forma como poucos o serão.
Da forma como uma criança feliz, é feliz, simplesmente.
Sem precisar de mil motivos.
Da forma como todos querem um dia ser.

Você não se lembra porque você se foi.
E se você se foi, é sinal de que todo o carinho que lhe devotei
não lhe fez diferença.
Então nada há mais que ser relembrado.

A música já se findou, de qualquer forma...




4 comentários:

  1. Nem sei o que dizer. Totalmente melancólico. E também tem um pouco de nostalgia, mas uma nostalgia que parece se equivaler à saudade de uma coisa cultivada durante anos. Foi o que esse poema tão pequeno me passou. É uma coisa muito complicada. Ficou muito denso, como se um sentimento enorme e intenso fosse comprimido no menor espaço possível (no caso, o menor número de letras). Nem sei se você foi sincero nesse poema, falando de algo que aconteceu, mas suponho que sim, pra ter ficado tão profundo.

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  2. Ai, PJ!!Na verdade é a angústia de perceber que aquilo que o eu lírico achava ser reciproco, não era, o tempo todo.
    A dor de saber que o amor era o tempo todo unilateral.

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  3. Mas deu pra perceber que o sentimento é bem mais intenso do que motivou ele (e não o é sempre?). Mostrou toda a potência do sentimento.

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