segunda-feira, 18 de maio de 2009





Ha! São tantos os quase-amores de minha vida!

Tantas são as mulheres que se entregaram por quase-completo a mim!

E eu na minha quase-certeza, de que era quase-feliz...


Inúmeros foram os momentos de quase-gozo, quase-completude, e mesmo quase-satisfação.

Quase-não me feri.


E hoje, nessa quase-identidade

busco, em minha quase-sensatez

alguém que me tire dessa quase-tristeza,

que até mesmo ela não me veio por completo.

Mas quase...

Amor primeiro

Amor primeiro meu foi o que senti por ti.
Vislumbrei, num relance, seu colo
e nada mais importava.

Seus olhos, entregues aos meus
fizeram-se reluzir.
Me estiquei no gradil e roubei uma rosa
que logo eu lhe ofertava.

Tenho a plena certeza
que desenho perfeito não há
quão perfeito quanto seu sorriso.

E em tudo o que quero pensar
você se intromete.
De minha mente não sái
sua forma de andar e seu jeito moleque.

Amor primeiro meu.
Meu único primeiro amor.
E pra sempre o ardor.
Só minha é você,
linda flor.

A ti, amor meu...

A vida me fez apaixonar
por aquela que pensei ser a última quimera.
Num ato louco eu quiz lhe entregar
amor tão bestial, que a outra não quisera.

E desde o primeiro vislumbrar
notei em seu olhar algo que me surpreendeu.
Parece-me que foi feito pra amar
mas ainda não nota que o meu lhe correspondeu.

Mesmo que, num surto de recato, tenha que lhe esperar,
assim o faço.
Vejo em ti uma doce timidez que já me pertenceu.
E por todos infortúnios e castigos que tiver que passar,
passo.
Basta-me que, no final, seu sorriso seja meu.

E que eu sempre possa lhe escrever recados.
E que eu sempre possa pedir-lhe a indicar-me livros.
E que eu sempre possa querer-te, infortunado.
E que eu sempre possa querer ter você comigo.

Até que o seu olhar perceba o meu.
E até que o seu olhar se entregue ao meu.
Sempre te espero.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

...


Há momentos em minha vida
que são só meus.
Momentos recheados de pensamentos vadios.
Momentos em que dores não me causam calafrios.
Momentos em que dúvidas não me apetecem.
Sabe quando você ri, gargalha, e seus olhos
se enchem de lágrimas imbecis?
E não há nenhum motivo aparente.
O motivo é mostrar-se feliz.
É nessas horas que a criança dentro de você grita.
Chovem travesseiros por todos os lados,
enchem-se bexigas de água,
faz-se brigadeiro,
e chão com sabão vira pista de gelo.
E é como o sábio diz.
O importante, nessas horas, é ser feliz!
E sua barriga dói.
Você rola no chão.
Modo mesmo como você se sente
quando está doente.
Mas da doença do riso
não se pede cura.
Pode parecer imbecil de minha parte
tocar nesse assunto.
Mas, ora, vá! Como é bom ser imbecil de vez em quando!
Esquece-se das hipotecas e dos desamores.
Perdem-se no inconsciente os dissabores.
E toma conta de seu ser o gozo.
Deixe-me agora em paz, então,
pois desatei a rir,
e se me olha com essa cara de besta
não finda-se a crise.
E um poema não se faz terminado
sem o ponto final.
Deixe-me só,
com minhas patetices.
(risos)

terça-feira, 5 de maio de 2009

SÚPLICA...

Não quero que tudo se acabe.
Não quero ter que olhar em seus olhos,
e então perceber que está tudo perdido.

Em dias de treva, procurava me refugiar
em sua luminosidade.
Então, será mesmo que o brilho se perdeu?

Mesmo envolto pelo pesadelo furioso da verdade,
tento acreditar que não.
Que toda a nossa tristeza não passa de um devaneio.
Que toda a nossa distância não passa de um prelúdio.
Um aviso ruidoso de aproximação da calmaria.

E do carinho.
De todo o nosso carinho,
que sei que converterá-se em amor.
Àquele amor que um dia juramos um ao outro.

Pense no tempo em que tudo era lindo.
No tempo em que éramos recheados de sonhos.
Tempos nos quais nos eram bastantes um lençol,
uma garrafa de vinho, e a lua.

O resto se desenhava em seu sorriso entrecortado,
em nossas promessas imaturas,
e em nosso beijo.
Ha! O nosso beijo!
Que momento divino!

Nossos lábios se encontravam em sua completude.
Nossos corpos se acariciavam num toque docemente rude.
E nossas almas eternizavam-se,
acalentadas pelo desejo.

Peçamos, então, perdão aos deuses
e nos agarremos a essa centelha,
pra reconstruir do nada
o nosso antigo e aguerrido ardor.

Ainda quero te amar.