Falemos sobre o amor. O que é o amor? Quem inventou o amor? Me explica, por favor? Nem mesmo vivo, o sábio Renato Russo saberia nos responder com precisão a tal questionamento.
O amor é uma coisa que surge. Um sentimento que surge. Surge de onde? Sentimento? Sentir? Pele? Coração? Afeto? O amor é um movimento complicado. Sim, um movimento. Não acredito existir o amor se houver a estática. Inação. Marasmo. O amor é aquela coisa que te impulsiona a fazer loucuras.
Amor, paixão. Há diferença? Se houver, a diferença estará numa linha muito tênue, quase que imperceptível. Não acredito no amor sem paixão. Nem na paixão sem amor. Apaixonados amam o toque. Amam a presença. Amam gozar junto de quem amam ter por perto, no mínimo. Amor e paixão são feito gêmeos siameses. Daqueles colados na cabeça e no tronco. e talvez nos membros. A paixão pode ser mesmo vista como um segundo membro, no corpo de um amor hermafrodita.
Falar sobre o amor é algo muito complicado. Talvez, nos abstendo a fatos, possamos melhor coisificá-lo. Mas, peraí. Coisificar o amor? Isso é possível? Tudo bem, tudo bem, vamos aos fatos.
Quem te ama, gosta de te ver dormindo, mesmo a babar, e com aquele pijama furado dos Telletubies. Quem te ama, te dá um beijo molhado, quando você está comendo creme de limão, e com o conteúdo ainda na boca. Quem te ama, ri do seu sorriso. Quem te ama, brilha os olhos de emoção, ao te ver voltar de uma viagem de infinitos três dias. Quem te ama, deixa você dominar o controle remoto. Quem te ama não se importa com seus flatos, em baixo do edredon. Quem te ama quer tudo, desde que seja com você. Quem te ama não coloca o amor a ti acima do amor próprio. Pois seria algo parecido com o suicídio autruísta.
Sigamos amando, então.