domingo, 30 de junho de 2013

Baila Comigo




O amor ressurgiu.

De repente, relembrei nós dois.
Como quem relembra os passos de uma valsa, há muito esquecidos.



O compasso ritmado,

como o pulsar de um coração.
As mãos dadas, pra conduzir a dança
e pra conduzir o afeto.
O balanço cadenciado.
Nos salões e nos quartos de hotel.



O número.

O show.
O duo que se fez uno.



O fim.



Será que relembrar nós dois é proibido?

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Ponte ao céu




Sua pele.

Sua pose.

Sua posse.

A protuberância por debaixo da bermuda.
O pulsar de seu sexo. 
A permissão.

A palmada na face, deixando a maça escarlate.




A primorosa malemolência.
Os prazeres do requebrar
.


O priapo túrgido.
O pequeno súcubo.
O primeiro ar.

Os prós e os contras de provar-te com tal sofreguidão.

O princípio e o declínio do gozo.

A paz.

Recordo


As coisas simplesmente acontecem como tem que acontecer. As pessoas nos deixam, voluntária ou involuntariamente. E o que fazer com o vazio? A lacuna que fica permeando tua alma e teu peito? Difícil. Balões coloridos, serestas noturnas...
...campeonatos de bilhar, amassos enlouquecidos em caras desconhecidos. Coisas pra preencher o vácuo. Adianta? Se sim, até onde? Até quando? Por quanto tempo mais? Espero não ter que recorrer a essas terapias até que vire uma vadia. Ainda vou te esquecer.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

João de Francisco






É de dádiva e de lágrima.
É de tempo e de fomento.
É de luxúria nua e brilho cru.
É de nariz vermelho e de céu azul.
É de trincar os nós dos dedos e suspirar.

É de fé e de momento.
Dois destinos postos contra o vento.
A história de João. E a história de Francisco.
Sem Marias e sem Rosinhas.
A história de um amor entre dois homens.

É de arregalar os olhos.
É de enternecer.
Faz você rever seus modos.
Faz você querer.
Faz você querer ninar o mundo
num afago só.

Faz os nós das tripas contorcerem.
Borboletear.
Faces do rosto enrrubecerem.
Escarlatear.
Faz sorrisos se regurgitarem.
Vômito feliz.

João de Santo Cristo não tinha medo.
João de Francisco também não.
E viu o amor surgir tão logo, cedo.
Pulsar o coração.
Ao ver Francisco vir lhe entregar flores, no portão.

Francisco era florista.
João, malabarista.
E Maria? Não o sei.
Já lhe disse que Maria nenhuma há.

João perdera a avó num acidente.
Francisco trabalhava, então, contente.
Até que, naquela entrega, seu mundo congelou.

E seus olhos fizeram-se completamente reféns.
De onde vem a calma daquele cara?
Eu quero ver sua alma.
Eu quero sorver sua língua num beijo.
Eu quero impulsionar o seu balanço.
E não me canso.
Nunca me canso.
Eu quero o amor, desse jovem senhor, somente pra mim.

E então foi assim.

Daí pra frente, encontros.
Daí pra frente, recantos.
Daí pra frente, o encanto.

E a mágica de João encantou a platéia de Francisco.
E pôs em seu coração o mais belo presente místico.
A pureza de um casto amor, humildemente devotado.

LUV






          Falemos sobre o amor. O que é o amor? Quem inventou o amor? Me explica, por favor? Nem mesmo vivo, o sábio Renato Russo saberia nos responder com precisão a tal questionamento.
          O amor é uma coisa que surge. Um sentimento que surge. Surge de onde? Sentimento? Sentir? Pele? Coração? Afeto? O amor é um movimento complicado. Sim, um movimento. Não acredito existir o amor se houver a estática. Inação. Marasmo. O amor é aquela coisa que te impulsiona a fazer loucuras.
          Amor, paixão. Há diferença? Se houver, a diferença estará numa linha muito tênue, quase que imperceptível. Não acredito no amor sem paixão. Nem na paixão sem amor. Apaixonados amam o toque. Amam a presença. Amam gozar junto de quem amam ter por perto, no mínimo. Amor e paixão são feito gêmeos siameses. Daqueles colados na cabeça e no tronco. e talvez nos membros. A paixão pode ser mesmo vista como um segundo membro, no corpo de um amor hermafrodita.
          Falar sobre o amor é algo muito complicado. Talvez, nos abstendo a fatos, possamos melhor coisificá-lo. Mas, peraí. Coisificar o amor? Isso é possível? Tudo bem, tudo bem, vamos aos fatos.
          Quem te ama, gosta de te ver dormindo, mesmo a babar, e com aquele pijama furado dos Telletubies. Quem te ama, te dá um beijo molhado, quando você está comendo creme de limão, e com o conteúdo ainda na boca. Quem te ama, ri do seu sorriso. Quem te ama, brilha os olhos de emoção, ao te ver voltar de uma viagem de infinitos três dias. Quem te ama, deixa você dominar o controle remoto. Quem te ama não se importa com seus flatos, em baixo do edredon. Quem te ama quer tudo, desde que seja com você. Quem te ama não coloca o amor a ti acima do amor próprio. Pois seria algo parecido com o suicídio autruísta.
          Sigamos amando, então.

domingo, 23 de junho de 2013

Finito

Você sabe que tudo acabou. Mas, de certa maneira, com um misto de ínfima esperança e orgulho nos olhos, tenta fazer com que o sofrimento seja menos sofrível. E vc o procura para tentar manter uma relação amistosa. Ele, ofendido, diz que não a quer.
E o que te sobra é a amargura de saber que, para ele, parece não terem feito diferença os momentos bons...