segunda-feira, 18 de abril de 2011
A título de informação
Eu sou gay.
E tenho um gato.
Algo soaria mais blasé?
Eu sei, eu sei.
Também concordo.
Mas sabe que, eu nunca me liguei a tais estereótipos?
Eu tenho um gato porque, simplesmente decidi que gosto de gatos.
Na verdade, eu descobri que gosto de gatos.
Eles são muito mais espertos.
Muito mais soturnos.
Mais autênticos.
E nada de babas escorrendo
ou roupa rasgada no varal.
Uma caixinha de areia e está tudo resolvido.
Simples assim.
A essa altura vocês já devem ter percebido
que não é somente este tipo de gatos que me agrada.
Eu sou gay.
E sou homem.
E gosto muito de homens.
Não tenho muita certeza, mas acho que acabo de cometer um pleonasmo.
Mas foi só mesmo pra enfatizar a informação.
Homens.
Gordos ou magros.
Brancos ou pardos.
Negros.
Afeminados ou não.
Todos aqueles que possuam um culhão no meio das pernas.
E um cérebro ativo e funcional dentro do crânio.
É, eu sei, sei bem
que isso tá mais pra ouro de mina.
Ônix, eu diria.
Ha! Como seria bom se uma caixinha de areia resolvesse tudo!
What the hell!
Homofóbicos ridículos!
Sinto seu cheiro pôtrido a quilômetros de distância.
Quem foi o imbecil que deu a vocês tanta razão?
Que os inflou com essa falsa superioridade?
Santa mediocridade!
Acordem!
Já não estamos na era da inquisição.
E pra onde foram todos os ideais de respeito?
Pra onde foi a compreensão?
Aonde é que foi que se meteu a dignidade humana?
Movidos e sustentados por um deus, que,
a meu ver, foi criado por um cão infernal,
se sentem no direito de pisar
de rir,
de agredir.
Preconceituosos patéticos!
Mal sabem o quão desprezível é não perceber que
somos todos feitos por diferenças.
E é aí que está a graça da existência humana.
Se permitir.
Ter personalidade.
Pensar logicamente.
Bem, pelo menos pra alguns.
Porque esses porcos infames de pensamento limitado,
a mim, há muito deveriam ter voltado ao tempo das cavernas.
Quando foi mesmo que inventaram a máquina do tempo?
Procura da poesia*
[...]
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralizados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los, sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
[...]
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra.
E te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível que lhe deres:
Trouxeste a chave?
*trechos do poema de Carlos Drumond de Andrade
Brindemos!
Brinde-me, com tudo o que de mais belo houver.
Brinde-me com a beleza da sutileza,
e com a volaticidade da volúpia.
Brinde-me, com o encanto dos dias de primavera,
e com a nebulosidade dos invernos tempestuosos.
Brinde-me, com a doçura de um olhar de criança,
e com a intensidade de um affair proibido.
E que todos os brindes no mundo sejam direcionados
àqueles que se deixam invadir pelo amor.
Não pelo amor que uma mãe sente por um filho,
ou um homem sente por uma mulher.
Não pelo amor que um homem dirige a outro,
nem mesmo o que uma mulher oferta à outra.
Deixemo-nos invadir pelo amor completo.
Pelo amor puro.
Pelo amor à vida.
O resto vem por conseguimte.
Brindemos,
à tudo aquilo que nos traz paz.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
L'amore! *
Ahhhhhh o amor…
O amor não te faz arder em chamas. O nome disso é combustão instantânea. Amor é outra coisa.
- O amor não faz brotar uma nova pessoa dentro de você. O nome disso é gravidez. O amor é outra coisa.
- O amor não te deixa completamente feliz. O nome disso é Prozac. Amor é outra coisa.
- O amor não te deixa saltitante. O nome disso é Pogobol. O amor é outra coisa.
- O amor não te faz acreditar em falsas promessas. O nome disso é campanha eleitoral. O amor é outra coisa.
- O amor não te faz esquecer de tudo. O nome disso é amnésia. Amor é outra coisa.
- O amor não te faz perder a articulação das palavras de repente. O nome disso é AVC. O amor é outra coisa.
- O amor nao te faz sentir borboletas no estomago, o nome disso é fome. O amor é outra coisa.
- O amor não te deixa completamente imóvel. O nome disso é trânsito de São Paulo. O amor é outra coisa.
O amor não te deixa molinho e manhoso. O nome disso é Rivotril. O amor é outra coisa.
- O amor não te deixa temporariamente cego. O nome disso é spray de pimenta. O amor é outra coisa.
- O amor não faz seu mundo girar sem parar. O nome disso é labirintite. O amor é outra coisa.
- O amor não te deixa sem chão, o nome disse é cratera. O amor é outra coisa.
- O amor não te deixa quente e te leva pra cama. O nome disso é dengue. O amor é outra coisa.
- O amor não retribui suas declarações. O nome disso é restituição de imposto de renda. O amor é outra coisa.
- O amor não leva teu café da manhã na cama e ainda dá na boquinha. O nome disso é enfermeira. O amor é outra coisa.
- O amor não te faz olhar pro céu e ver tudo colorido. O nome disso é queima de fogos de artifício. O amor é outra coisa.
- O amor não te faz ficar simpático e amoroso de repente. O nome disso é Natal. O amor é outra coisa.
- O amor não te liberta. O nome disso é ALVARÁ DE SOLTURA. Amor é outra coisa.
- O amor não te deixa à mercê da vontade alheia. O nome disso é Boa Noite Cinderela. O amor é outra coisa.
- O amor não te faz ver o mundo cor-de-rosa. O nome disso é baitolice. O amor é outra coisa.
- O amor não é aquela coisa brega, mas que te remexe todo. O nome disso é Banda Calypso. O amor é outra coisa.
- O amor não te dá a chance de mudar o que está diante de você. O nome disso é controle remoto. O amor é outra coisa.
- O amor não tira suas defesas. O nome disso é HIV. O amor é outra coisa.
- O amor não te pega desprevenido e te impulsiona para frente. O nome disso é topada. O amor é outra coisa.
- O amor não faz o coração bater mais rápido. O nome disso é arritmia. O amor é outra coisa.
- O amor não faz você dar suspiros. O nome disso é dia de Cosme e Damião. O amor é outra coisa.
- O amor não te faz ver tudo com outros olhos. O nome disso é transplante. O amor é outra coisa.
Olha,nao é amor, eh outra coisa, ta?...
*Retirado do perfil do orkut de um amigo, Diego Medeiros.
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