Aquela
vontade que dá, de escrever poesia.
Aquela
vontade de abraço de mundo.
Aquele
tesão de mergulho profundo.
Aquele
frisson de suspiro de alma.
Aquele
meu eu trovador.
Que
prova de tudo.
De
gozo e de dor.
Se
estorva confuso.
Por
querer amor.
Dá
do seu, mas nem sempre tem
Na
boca o gosto doce da reciprocidade.
Mas
com que idade?
Com
que idade “poemifiquei-me”?
Que
vaidade veio me abrasar?
Acho
que desde sempre, poeta desde respirar.
Vem
palavra, vem me abraçar.
Me
amassa e arregaça o desamor.
Joga
fora o que é tristeza e dissabor.
Me
dá de presente tua alegria de letra.
Aquele
sorriso, fiel regozijo de ser escrevente.