sábado, 12 de outubro de 2013
Olhar
E no negrume dos olhos teus, percebo a mesma luz dos tempos de outrora.
Tempos de cócega de criança.
Tempos de luzes de roda gigante.
Tempos de lona de circo, e perna-de-pau.
Teus olhos negros.
Me transportando a paraísos inóspitos.
Me transplantando mais 1 000 corações.
Me besuntando com óleo e carícia.
Como se eu voltasse a ser menino.
E então crescesse, apaixonado.
Perdido em seu mirar voluptuoso.
Que eu possa sempre hipnotizar-me.
E poder prender-me.
Na doce eloquência dos olhos teus.
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